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Recife se consolida como capital empreendedora



Hugo Gomes, sócio da empresa de entregas via bicicletas Ecolivery. Foto: Nando Chiappetta/DP

Cidade pulou oito posições no índice da Endeavor. Está em quarto lugar, entre as 32 pesquisadas. No Nordeste é a única das 20 primeiras

Do 12° para o 4° lugar. Na ponta do lápis, oito posições em um ano. Este foi o salto de colocação que o Recife teve no Índice de Cidades Empreendedoras 2015 em relação à pesquisa de 2014. O estudo foi realizado pela Endeavor, organização sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo, e divulgado ontem. A quarta posição coloca a capital pernambucana como a única cidade nordestina entre as 20 primeiras colocadas. E ainda tem uma boa vantagem em relação à quinta cidade colocada (Campinas–SP). Segundo o coordenador regional da Endeavor no Nordeste, Igor Piquet, o Recife se destacou por conta do aumento de pesquisa de desenvolvimento voltadas a empreendedorismo, maior aproximação entre universidades e empresas, e aumento de matrículas em cursos técnicos e superiores. “Um dos fatores que levam um novo empreendimento a ter sucesso são os talentos para contratação e as universidades e cursos estão muito atentos a isso”, diz Piquet. Tanto é que o Recife ganha destaque por apresentar boa oferta de ensino profissionalizante: 5,5% da população acima de 15 anos está matriculada em alguma escola técnica, enquanto a média das cidades analisadas é de 1,8%, conforme levantamento. No último ano, o Recife teve um aumento de 170% no número de matriculados no ensino profissionalizante e técnico inscritos no ensino técnico.Na comparação com as 31 analisadas no estudo, a cidade aparece com equilíbrio nos indicadores avaliados. A melhor condição está em capital humano, onde aparece em 6º lugar do ranking. Na outra ponta, o pior desempenho é em cultura empreendedora, com a 16ª colocação.

O relatório diz textualmente que o Recife “trata-se, sem dúvida, de um exemplo a ser seguido pela região, e vale compreender os motivos que levam a isso”. A cidade cria um ambiente receptivo para o empreendorismo, quando no quesito ambiente regulatório (7º lugar), a capital registra impostos mais baixos e menos complexos, além de muitos incentivos fiscais.

Outro destaque para a subida do Recife no ranking das cidades pesquisadas vem em infraestrutura: aqui está o segundo maior aeroporto do Nordeste, atrás apenas do de Salvador. Há também portos (Recife e Suape). Nas questões internas, as avaliações são positivas para a capital, onde a cidade tem a quarta maior proporção de acessos à internet rápida, com 7,42% da população conectada à rede de alta velocidade – a média das 32 cidades é 4,65%.

O que precisa melhorar é o desempenho na exportação. Apesar quase todas as cidades abrigarem portos, sete capitais nordestinas estão entre as 10 cidades com menos empresas exportadoras. No quesito educação básica, o Nordeste precisa evoluir. As nove capitais se posicionam entre as 14 últimas colocadas quanto à nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica para os anos finais do ensino fundamental.

IndicadoresAs posições no ranking da Endeavor são definidas a partir de 56 indicadores, distribuídos em sete pilares que mais impactam a vida dos empreendedores (ambiente regulatório, mercado, infraestrutura, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora). A pesquisa é neutra em relação a setores da economia, mas ele afirma que “a cidade tem um polo tecnológico forte, então isso acaba sendo um fator correlacionado.”

O coordenador regional da Endeavor no Nordeste, Igor Piquet, explicou que o índice é mais voltado para o empreendedor como pessoa do que para o desenvolvimento econômico local. “Medimos a atratividade para se empreender.” Ele também acredita que a crise econômica atual, que deve perdurar até o ano que vem, não foi um empecilho para que o Recife subisse oito lugares no ranking. “Em tempos de crise, o empreendedor tem que se planejar mais e melhor e então acaba inovando muito fortemente.”

Um exemplo disso é o empreendedor Hugo Gomes, sócio da empresa de entregas via bicicletas Ecolivery. Ele conta que a melhora no ambiente empreendedor é perceptível. “Minha empresa é no ramo de serviços, mas a tecnologia faz bastante parte do negócio. É notável que a cidade está abrindo mais as portas para empreendedores.”

Gomes, que também é pesquisador do Centro de Informática da UFPE, afirma que um dos caminhos a seguir é estreitar ainda mais a ligação entre universidade e empresas, além do constante contato entre empreendedores. “Hoje existe uma movimentação em torno do empreendedorismo que não existia antes. São grupos que se unem, discutem as dificuldades e se ajudam mutuamente a alavancar os negócios.”

Fonte: DP-PE

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